Gundesindo Éris é uma das personagens históricas de outrora, cuja maior parte dos feitos colide com a escassez das informações detectadas nos manuscritos medievais.
Sabemos que terá vivido nos séculos IX ou X, e que era filho de Ero Fernandes (conde de Lugo, senhor de Arões e ainda elemento frequente na corte do rei das Astúrias Afonso III) e de Adosinda. Gundesindo inseria-se no círculo restrito da alta nobreza (é possível que tenha herdado posteriormente o condado de Lugo), e integrava uma família que mantinha um raio de influência interessante na região galega e no norte daquilo que viria a ser mais tarde o reino de Portugal.
Não sabemos se Gundesindo prestou provas militares no âmbito da Reconquista Cristã (decerto um cenário a não excluir), todavia graças ao seu zelo cristão, promoveu a construção de dois mosteiros importantes na nossa região, de acordo com as informações cedidas pelos eruditos Aires de Amorim e Miguel de Oliveira que elaboraram monografias sobre Esmoriz e Ovar respectivamente.
O Conde Gundesindo e a sua mulher Inderquina Pala fundaram os mosteiros de Sanguedo (na actual Vila da Feira) e de Azevedo em S. Vicente Pereira (Ovar), revelando a sua vocação cristã e inspirados seguramente por uma época em que o fervor religioso era tremendo. O facto da sua filha (Froilo) ter nascido disforme poderá também ter pesado na decisão do casal em fundar tais conventos, porque interpretaram tal ocorrência como fruto dos pecados que haviam cometido (na era medieval, tudo era encarado como um sinal de aprovação ou reprovação divina).
Esta é a história sucinta (mas aquela que é possível fazer) de Gundesindo, que actualmente é recordado com orgulho em Gondesende, lugar sito em Esmoriz que acabou por herdar o seu nome.
Imagem retirada de: http://oraculodamusica.blogspot.pt/2007/02/lhomme-arme-missa-do-cavaleiro-armado.html.
Artigo publicado no Jornal A Voz de Esmoriz. Direcção de Lília Marques. Propriedade da Comissão de Melhoramentos de Esmoriz. Edição de 25 de Novembro de 2014.
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