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domingo, 18 de janeiro de 2015

Monstro de Loch Ness - Realidade ou Ficção?

A lenda do Monstro de Loch Ness constitui talvez o principal mistério com o qual os escoceses se têm debruçado ao longo dos últimos tempos, tentando encontrar respostas para solucionar um dilema que ainda continua a ser motivo de inúmeras discussões.
O Lago Ness evidencia-se pela sua ampla dimensão, constituindo mesmo a maior extensão de água doce do Reino Unido. Localiza-se a sudoeste da importante cidade escocesa de Inverness. As suas águas são turvas e escuras, além de naturalmente frias. O lago alberga uma área de cerca de 56,4 km2, e detém uma profundidade de 226 metros. É nesse curso de água que se presume a "estadia" duma eventual criatura predadora, de tipologia singular, que se terá fixado nas suas profundezas, segundo a versão daqueles que encaram o lago como um guardião de segredos até então não revelados pela Ciência. Contudo, a comunidade científica não obteve ainda, até hoje, dados indiscutíveis que confirmassem a presença actual ou, pelo menos, recente duma espécie extraordinária.
Mas as raízes da narração lendária aparentam ser bem mais antigas do que muitos possam julgar. São Columba, um monge irlandês do século VI que converteu inúmeras multidões ao Cristianismo, alega que se teria deparado, no ano de 565 d. C., com um monstro nesse dito lago, enfrentando-o com coragem e conseguindo assim acalmar os seus instintos assassinos. Teria supostamente salvo ainda uma pessoa dos instintos mais maquiavélicos da criatura. Infelizmente, estas fontes medievais não se reportam às características físicas da referida criatura, o que nos leva a interrogar se a imagem que acabamos por exibir agora de lado, corresponde aproximadamente à visão testemunhada por São Columba, isto se o dito acontecimento relatado contiver algum fundo de veracidade.
Foi necessário aguardar vários séculos para o dossier renascer com forte intensidade o que gerou inclusive a impressão de infindáveis páginas em jornais, revistas, romances... Além do mais, a existência ou não de tal criatura motivou um elevado fluxo turístico, traduzido pela curiosidade de muitos investigadores, biólogos, amantes da Natureza e pessoas comuns.
Em 1880, Duncan MacDonald, um mergulhador profissional, participou na busca dum navio de carga que se havia afundado nas profundezas do lago. Quando descortinou o navio naufragado, passou imediatamente à fase das examinações. Foi nesse instante e já nas imediações que terá observado uma enorme e sinistra criatura deitada sobre uma rocha, a qual segundo o seu testemunho, se assemelharia a um réptil marinho de proporções assombrosas (talvez algo parecido, segundo a sua descrição, com um "sapo gigante"). Aterrado pela descoberta, fez logo sinal para ser içado pela sua equipa que assim o recolheu à superfície. Depois daquela experiência traumatizante e inesquecível, Duncan jamais voltaria a evidenciar a coragem necessária para se aventurar novamente nas águas sombrias daquele lago.
A história ressurgirá igualmente através duma fotografia controversa atribuída alegadamente ao médico londrino Robert Kenneth Wilson, o qual se encontraria a passar férias junto àquele lugar, no ano de 1934. Segundo a tradição então veiculada, ao tirar fotos a uma distância de 200 ou 300 metros, a referida personalidade terá conseguido captar a aduzida presença dum animal estranho que possuiria um corpo espesso e um pescoço longo. Em jeito de reacção, houve quem tivesse vindo a público defender de que se poderia tratar dum plesiossauro, espécie extinta há 70 milhões de anos. Contudo, o debate em torno desta fotografia, talvez a mais endémica/célebre nos meios de comunicação social, ficou seriamente manchado ou comprometido, quando em 1994 Christian Spurling (um homem já perto da casa dos 90 anos) confessou que tudo não passou dum embuste arquitectado que o envolveu a si bem como a Marmaduke Wetherell  (outrora freelancer do Daily Mail) e o médico/físico (também ginecologista) Robert Kenneth Wilson cuja reputação foi "instrumentalizada" para conferir mais credibilidade à reportagem sensacionalista. Julga-se ainda que o médico londrino, antes de morrer, terá supostamente redigido uma carta na qual confirmaria que afinal a mediática foto não exibia mais do que um submarino de brincar com um pescoço de plástico montado em cima. Era assim colocada de parte a pertinência daquela fotografia que até tinha corrido o mundo. Contudo, e como assinala o investigador Jerome Clark, registaram-se outros relatos de avistamentos de estranhas incidências ocorridas no supra-citado lago para essa década preenchida de 1930.
Em 1951, o guarda-florestal Lachlan Stuart argumentou ter constatado uma agitação irregular e sinistra nas águas calmas do lago, e garantiu ainda que ao aproximar-se do mesmo, teria visualizado três bossas de uma massa que rumava, em linha recta, em direcção à margem. Não hesitou em tirar a sua própria fotografia o que gerou mais controvérsia. Todavia, e de acordo com Jornal The Telegraph, o escritor Richard Frere alegou mais tarde que Stuart lhe tinha confidenciado que as três bossas não seriam então mais do que três inofensivas bolas de feno.
Infelizmente, uma grande parte das fotos inerentes a este fenómeno foram, de algum modo, falsificadas ou deturpadas, o que não favorece a veracidade dos relatos. Mesmo assim, há igualmente testemunhos que, embora integrando uma minoria ínfima, teriam sido, pelo menos, autênticos e não arquitectados de forma propositada.
Em 1969, foi descoberta uma grande caverna submarina e zonas bastante profundas, ainda por explorar, no lago. As décadas de 70 e 80 corresponderam igualmente à divulgação de mais fotografias e relatos sobre a problemática.
Em 2007, Gordon Holmes, técnico de laboratório, filmou uma criatura preta com cerca de 45 pés de comprimento, movendo-se repentinamente na água. A filmagem foi classificada como original, e acabou mesmo por ser transmitida pela BBC da Escócia.
Exibimos de lado, parte da gravação recente que, embora seja intrigante, não nos permite retirar conclusões precisas sobre o que efectivamente se movimentava debaixo daquele lago.
A difusão deste vídeo veio alterar o rumo decadente da lenda, até porque quatro anos antes, a 29 de Maio de 2003, o Governo da Escócia tinha emitido uma declaração a negar a existência de tal monstro, alegando que tudo não seria mais do que fruto da imaginação ou especulação das pessoas. Além disso, e como já mencionamos, a descoberta de algumas fraudes, sobretudo em testemunhos que haviam sido decisivos para alimentar a causa, ameaçava votar ao descrédito todos os rumores então difundidos, pelo que este trabalho de Gordon Holmes suscitou uma nova discussão sobre a temática.
Satellite pictures have picked up on something very strange in Scotland's famous Loch Ness.Mais recentemente, em 2013, uma imagem de satélite publicada pelo Daily News (artigo também citado pela TSF) ocasionou nova etapa em todo este processo de investigação. A foto foi estudada durante 6 meses, e aparenta estar isenta de manipulação. Os cépticos argumentam que se tratará dum barco, mas os entusiastas acreditam que é mais um indício de que a criatura pode mesmo existir.
Em jeito de resumo derradeiro, podemos concluir que várias fotografias e testemunhos geraram um enorme frenesim social, sendo que muitos arguiam que Nessie (designação amistosa da suposta criatura por parte dos escoceses) não era apenas uma lenda, mas sim algo mais do que isso. O que é certo é que indústria turística cresceu vertiginosamente em torno daquela região. Milhões de olhos começaram a circundar o lago, na esperança de detectar um movimento de relance aparentemente sinistro, mas só muito poucos é que acreditam ter usufruído desse alegado privilégio. Mas a acumulação de fotografias e testemunhos falsos sobre o alegado monstro acabaram por descredibilizar inevitavelmente a existência de tal fenómeno. 
É certo que há quase 1500 anos que separam as narrações antigas das mais recentes, o que nos permite atestar que é praticamente impossível tratar-se do mesmo animal, se é que a vivência actual desta espécie é efectivamente real. Os defensores da sua existência alimentam a ideia de que terá existido mais do que uma criatura daquela espécie, o que terá viabilizado, no seu entender, a sua sobrevivência ou permanência através da reprodução até aos dias de hoje. Contudo, é uma hipótese que, a nosso ver, não se coloca, como argumentaremos de seguida.
No plano científico, o mito está longe de merecer qualquer crédito, até porque já foram encetadas diversas investigações no respectivo lago que culminaram invariavelmente em resultados praticamente nulos. Há ainda a hipótese do referido "animal" avistado se tratar afinal duma enguia, cobra, foca ou baleia de dimensões gigantescas. Refutada parece estar, pelo menos, para já, a teoria exótica de se tratar dum plesiossauro (oriundo do período do  Mezosóico) ou doutro semelhante predador pré-histórico que se tivesse mantido em actividade até aos dias de hoje. Aliás, o lago, apesar da respeitada área abrangente, nunca possuiria os meios ou recursos necessários para comportar, durante infindáveis milénios, um animal (muito menos, um grupo!) de enormes dimensões. Além disso, insistimos na ideia de que muitos dos avistamentos partilhados poderiam ser facilmente influenciados por pequenas ondas do lago, por troncos de árvore, lontras, peixes ou répteis de consideráveis dimensões.
A nossa opinião não diverge pois muito desta concepção. Sem provas inequívocas, não é possível atestar definitivamente a existência de algum fenómeno, sobretudo quando o mesmo releva ser um claro contra-senso à evolução natural da espécie animal. Contudo, é imperioso que continuem a desenrolar-se as investigações necessárias em torno da temática, até porque ainda há testemunhos e novos dados autênticos (mesmo que sejam poucos) dignos de motivar novas abordagens que pretendam esclarecer definitivamente todo este mistério.




Legenda das imagens: A primeira fotografia exibe o mítico Lago de Loch Ness na Escócia e foi retirada a partir de: http://expresso.sapo.pt/de-que-lado-esta-o-monstro-de-loch-ness=f889829, ( Foto de Jeff J Mitchell/Getty). Na segunda gravura, vemos São Columba a salvar um dos seus discípulos no século VI, ao confrontrar o monstro, fazendo o sinal da cruz, o que segundo a lenda, terá acalmado a dita criatura que teria colocado de parte os seus instintos terríveis. Esta imagem foi retirada a partir de: http://www.sofadasala.com/misterios/lochness00.htm. A terceira foto é de 1934, e é da presumível autoria do médico londrino Robert Kenneth Wilson. Nesta fotografia antiga, podemos observar um animal indefinido com um pescoço largo, apesar da mesma ter caído em descrédito devido às fortes suspeitas de embuste. A mesma foi retirada a partir de: http://www.dailymail.co.uk/news/article-2483379/Has-Loch-Ness-Monster-left-Scotland-Down-Under-Nessie-like-creature-spotted-Australias-Magnetic-Island.html, (Maclaurin Comm Ltd). A quarta foto é da autoria de Lachlan Stuart e foi tirada em 1951. Também se desconfia da sua veracidade. A mesma foi retirada a partir do seguinte site: http://www.lochnessinvestigation.com/lachlanstuartexamined.html. A quinta imagem (em movimento) acaba por ser parte dum excerto do vídeo de Gordon Holmes em 2007, apresentando um alegado animal de enormes proporções a mover-se nas águas do Lago de Loch Ness. Foi extraída a partir de: http://cryptomundo.com/cryptozoo-news/holmes-nessie-3/, (direitos atribuídos - Bill Appleton, Chief Technology Officer, DreamFactory Software, Inc. of Mountain View, CA). A sexta imagem é uma fotografia de satélite de 2013 publicada pelo Daily News que veio desencadear mais discussão em torno do assunto e foi retirada de: http://www.nydailynews.com/news/world/loch-ness-monster-satellite-pic-sighting-stirs-controversy-article-1.1761909. A sétima gravura apresenta-nos um plesiossauro pré-histórico, a tipologia de espécie que alguns atribuem à suposta criatura do lago, e a mesma foi extraída a partir de: http://www.megacurioso.com.br/mito-ou-verdade/37803-uma-nova-aparicao-do-monstro-do-lago-ness-video-.htm



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