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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Avempace, o exímio precursor da Filosofia no al-Andalus


Contextualização Introdutória


Avempace, como reza a denominação latinizada, foi talvez o primeiro filósofo de inequívoca categoria a revelar-se no Al-Andalus. Nascido no reino taifa de Saragoça por volta de 1085, não demorou muito a deixar influenciar-se pelo pensamento de autores helénicos tais como Platão ou Aristóteles (aliás, terá traduzido algumas obras deste último, além de ter efectuado comentários). 
Com o nome árabe de Ibn Bâjja (ou Ibn Bajjah), este erudito abriu novas luzes em vários campos do conhecimento tais como a filosofia, a medicina, a matemática, a astronomia, a botânica e até a própria música. Por outras palavras, assumiria uma vocação intelectual digna de um verdadeiro polímata. 
No entanto, e como já havíamos referido, seria certamente na área da filosofia onde o seu contributo seria mais evidente e até mesmo decisivo. De acordo com Josép Puig Montada, investigador de filologia da Universidade Complutense de Madrid, o desenvolvimento inicial das matérias filosóficas no seio das sociedades muçulmanas corresponderam a um processo moroso ou lento. Por outras palavras, até ao tempo de Avempace, a filosofia não tinha gerado elevado interesse dentro das constelações intelectuais islâmicas, tendo florescido apenas timidamente em regiões periféricas. Ibn Sina (ou Avicena; 980-1037) fora talvez uma das principais excepções desse séquito intelectual de genialidades muçulmanas, mas até esse erudito desenvolveria a sua obra e o seu pensamento filosófico nas zonas periféricas da extensa Pérsia. 
No Al-Andalus, o cenário não tinha sido até então muito diferente, visto que o credo sunita e os ensinamentos legais da escola maliquita haviam prevalecido vincadamente até então. A filosofia encontrava-se ali praticamente no esquecimento ou num estado de letargia, salvando-se apenas modestas excepções refugiadas nos trabalhos descontinuados de alguns estudiosos. Com o aparecimento de Avempace (c. 1085-1139), um novo ciclo, bem mais luminoso, iria ser então proporcionado, contrastando assim com um passado pouco produtivo em termos de reflexões sobre o próprio pensamento humano. A Filosofia haveria de libertar-se daquele penoso enclave em que se achava, começando a cultivar o conhecimento no seio das elites culturais muçulmanas.
Mas quem fora Avempace? Em que contexto vivera? E que conhecimentos nos legou? 




Imagem nº 1 - Até meados do século XI, a filosofia não tinha cativado ainda grandes seguidores no al-Andalus e em muitas outras regiões do Mundo Árabe. Era assim considerada uma ciência pouco atractiva. Nomes como Avempace ou Averroes iriam mais tarde instaurar um novo paradigma.



A Vida de Avempace (Ibn Bâjja)


Sobre a vida de Avempace, restam-nos poucos factos concretos e alguns exercícios especulativos. A ausência de registos escritos em torno das suas vivências constitui certamente uma realidade que não podemos ignorar, tornando quase impossível traçar com rigor o seu percurso biográfico.
Sabemos que nascera por volta de 1085 no reino taifa de Saragoça, o qual se encontrava nas mãos da dinastia dos Banû Hûd. Talvez descendente de uma modesta família de prateiros, Avempace não herdaria um contexto político favorável. Yusuf al-Mutaman Ibn Hud tinha reinado anteriormente entre 1081-1085, não hesitando em favorecer as artes, as ciências e a cultura muçulmana. No entanto, os tempos de esplendor da Saragoça muçulmana estavam prestes a terminar. O seu sucessor al-Musta'in II testemunhará a chegada dos almorávidas que, a troco de obediência a Marraquexe e da reunificação dos reinos taifas, procurarão travar ou até inverter o avanço cristão na Península Ibérica. É verdade que o reino taifa de Saragoça permanecerá ainda independente por algum tempo, fruto das boas relações de al-Musta’in II com os novos protagonistas. Ainda assim, a pressão intensificava-se, cada vez mais, sobre o seu reino fronteiriço. Em 1110, o sultão da taifa de Saragoça tomba na batalha de Valtierra, onde fora derrotado pelas forças do destemido rei D. Afonso I de Aragão. 
É possível que Avempace tenha estado ao serviço de al-Muta’in II e até do seu sucessor Abdelmalik Imad al-Dawla que apenas reinaria por poucos meses. Entretanto, os almorávidas haveriam finalmente de se apossar da taifa sobrevivente à fusão já levada a cabo no al-Andalus. Ibn al-Hach ou Ibn al-Hayy (1110-1115) seria, por conseguinte, o novo governador, não descurando a sua faceta guerreira e desafiando assim o principal inimigo dos interesses muçulmanos naquela região oriental da Península Ibérica – o rei Afonso I de Aragão, “o Batalhador”.
O falecimento de Ibn al-Hayy abrirá as portas do poder a Ibn Tifilwit (1115-1117), e será durante o curto reinado deste último que encontraremos finalmente informações mais concretas a respeito de Avempace. Sabemos que o notável filósofo seria nomeado vizir pelo novo soberano almorávida. O seu pensamento heterodoxo não foi aqui obstáculo para a sua promoção social, algo que constituiria uma raridade, tendo em conta a linha de pensamento conservadora dos almorávidas. E a retribuição não se fez esperar – fazendo jus aos seus dotes poéticos (que também os tinha), Avempace compôs panegíricos dirigidos ao novo senhor de Saragoça. Neste ambiente de amizade recíproca, Ibn Tifilwit e Avempace desfrutaram dos prazeres do vinho e da música. Mas este período de maior notoriedade atribuída ao intelectual de Saragoça tinha os dias contados. Numa visita, alegadamente diplomática, ao Castelo de Rueda (ou às adjacências deste), onde se havia refugiado o anterior governador deposto pelos almorávidas - Abdemalik Imâd ad-Dawla, Avempace não seria muito bem recebido, tendo o vizir de Saragoça ficado encarcerado por alguns meses [1]. No inverno de 1117, o governador almorávida Ibn Tifilwit falece, o que motivou Avempace a redigir algumas elegias em sua memória. 
Pouco tempo depois, em 18 de Dezembro de 1118, Afonso I de Aragão consegue finalmente apoderar-se de Saragoça, aproveitando o vazio de poder que então se vislumbrara. Não sabemos se Avempace ainda se achava na cidade ou se já havia abandonado a mesma. Aliás, entre 1118 e 1136, existe um interregno na biografia deste filósofo, sobrando apenas especulações.
Supostamente, terá percorrido doravante as regiões de Játiva (ou Xátiba), Almeria, Granada e Orão. Neste momento de maior indefinição histórica em relação à sua vida, decidimos, uma vez mais, socorrermo-nos dos apontamentos do filólogo - Josép Puig Montada. 
Dentro deste contexto, Ibn Bâjja teria procurado abrigo em Játiva, mais concretamente na corte de Abû Isḥ'âq Ibrahîm ibn Yûsuf Ibn Tâshufîn, conhecido como Ibn Tâ'yâsht. Acredita-se que as relações com aquele soberano e seus respectivos conselheiros não terão sido as mais profícuas, e Avempace teria sido novamente preso em data indeterminada. Esta situação menos favorável do nosso biografado poderá ter-se devido à influência de inimigos que ali conquistara naquela corte. Por um lado, sabemos que o físico Abu l-'Alâ' Zuhr, pai do médico Abû Marwân 'Abd Malik bn Abîl-Al-Zuhr (este cientista notabilizou-se rapidamente ao serviço do governador de Játiva), nutria um ódio de estimação por Avempace. Como se não bastasse, na corte de Játiva, pontificava igualmente o poeta Abû Naṣr al-Fatḥ Ibn Muḥammad Ibn Khaqân que não só dedicou uma antologia ao senhor de Játiva (denominada “Qalâ'id al-iqyân”), como não hesitou em colocar intencionalmente Avempace nos últimos lugares, talvez em sinal de descrédito. 
Apesar das sucessivas agruras, Ibn Bâjja terá permanecido ao serviço dos almorávidas até ao resto da sua vida, tendo alegadamente exercido, de novo, o posto de vizir (talvez já em Fez) na corte de Yaḥyà ibn Yûsuf Ibn Tâshufîn, irmão do sultão magrebino Sultan ‛Alî Ibn Yûsuf Ibn Tâshufîn. Mas continuamos a saber muito pouco sobre os seus feitos, as suas deslocações e as suas relações com outros protagonistas políticos e culturais do al-Andalus. 
Em 1136, temos finalmente notícias mais credíveis com Avempace a encontrar-se em Sevilha, onde estaria com o seu grande discípulo - Abû l-Ḥasan Ibn al-Imâm, também ele natural de Saragoça, e com o qual trocara, ao longo da sua vida, correspondência de natureza filosófica. 
No ano de 1139, acabaria por falecer em Fez, já em pleno solo marroquino. Julga-se que a sua morte fora provocada por envenenamento através de um ardil promovido por algum dos seus inimigos. 
Se a sua vida inspira muitas interrogações derivadas da escassez de testemunhos documentais, a sua vasta obra ajuda-nos, pelo menos, a conhecer a sua visão sobre o homem e o mundo que o rodeava. 




Imagem nº 2 - Avempace (1085-1139) foi vizir em Saragoça e talvez ainda em Fez. Ao longo da sua vida, contraiu um número considerável de inimizades. Ainda assim, a sua intelectualidade seria apreciada por muitos.
Retirada do Site Pinterest





Imagem nº 3 - O Palácio de Aljaferia em Saragoça foi utilizado pelos reis taifas e sucessores almorávidas. Um ambiente que certamente Avempace conheceu bem.




O Legado de Avempace

Avempace terá sido responsável pela produção de mais de 40 obras, tendo a maior parte destas não resistido até aos nossos dias. Ainda assim, os seus trabalhos mais importantes seriam: “O Regime do Solitário”, “O Tratado da União do Intelecto com o Homem” e a “Carta do Adeus”.
Do ponto de vista filosófico, Avempace foi precursor de um pensamento filosófico puro, traduzido num racionalismo que se inspiraria, em parte, na lógica aristotélica. 
Aceitando o princípio de que o homem seria um animal racional, o erudito muçulmano categoriza três estratos de evolução humana. Num primeiro nível, estariam presentes todos aqueles que integravam a “grande massa”, isto é, os que apenas sabem das coisas materiais, singulares, submetidas ao espaço e ao transcorrer do tempo. Num segundo nível, identifica os “homens da ciência”, aqueles que, através da razão, definem as leis e teorias universais, baseando-se na análise das coisas singulares materiais. Por fim, num terceiro e derradeiro nível, dom apenas ao alcance de um punhado de indivíduos, encontraremos os seres humanos, libertos do espaço, tempo e substâncias materiais e completamente direccionados para os seres espirituais e as dinâmicas inteligíveis puras que seriam ministradas pelo Intelecto Agente, fonte da supra-racionalidade e intermediário entre Deus e o Mundo Material. Por outras palavras, o fim dos homens seria a união total com Deus através de uma dupla dimensão cognoscitiva-intelectual e mística. Como podemos constatar, este seu pensamento não diferia muito daquele que já tinha sido apregoado por Avicena e al-Farabi que haviam proclamado o “Intelecto Agente” como o Primeiro Motor do Universo, fonte do conhecimento científico e místico. Esta derradeira ideia causou certamente torrentes de controvérsia junto das linhas mais conservadoras do Islão (o sábio foi inclusivamente acusado de heresia pelos seus mais acérrimos inimigos), visto que Avempace propõe um caminho ascético e místico/esotérico (com alusões ao célebre “regime do solitário” e aos referidos “sábios-solitários”, os quais procurariam seguir uma vida à margem das sociedades corruptas) no qual o ser humano estaria em união absoluta com Deus já nesta vida, colocando assim em causa a imortalidade da outra vida, bem como a individualidade pessoal daqueles que faleciam e rumavam para o além. Conclusões que certamente não agradaram às hostes menos tolerantes do seu tempo. 
Inspirado ainda pela visão social de Platão, Avempace sonhava com uma comunidade na qual imperasse a justiça e a saúde, contrastando assim com as actuais sociedades civis flageladas pela corrupção, e procurando, por conseguinte, a instauração de uma nova realidade regida pela verdade, virtude e amor entre os homens. E quem poderiam ser os promotores dessa nova ordem mais justa? Os mencionados sábios-solitários que estariam no mais alto nível de evolução humana. Inicialmente afastados das sociedades corrompidas, poderiam ser estes que, após um ambiente de solidão relativa, começariam a esboçar o modelo e o gérmen de uma sociedade ideal que substituiria as sociedades imperfeitas. Dentro deste contexto, nessa futura sociedade virtuosa reinaria a felicidade e a paz, e nem sequer seriam necessários médicos corporais (sem vícios, deixariam de existir as enfermidades; e todos aí já saberiam como utilizar as plantas medicinais em caso de fraqueza física), de alma (o espírito estaria em comunhão harmoniosa com o Criador) e sociais (não seriam necessários juízes ou tribunais pois todo o mal estaria irradiado).
Avempace teria assim defendido uma espécie de “Sufismo Intelectual” (designação ousada atribuída por alguns historiadores apenas para efeitos comparativos) em que a razão e a própria fé não se contradizem, mas antes se complementam, conhecendo a mesma origem e conduzindo ao mesmo fim – a descoberta da Verdade. 
No entender de Ibn Bajjah, todas as ciências eram boas porque pertenciam ao conhecimento sublime do homem e à sua alma intelectual. Aliás, o homem distinguia-se dos demais seres pela sua capacidade de reflexão, e por isso, a ciência só poderia ser proveitosa para a sua causa.
A Avempace é-lhe ainda atribuído o grande mérito de ter sido o primeiro filósofo que deu a conhecer certas obras de Aristóteles no Al-Andalus, fazendo com que este começasse a ocupar uma parte influente no pensamento ocidental. Ao difundir e debater o pensamento de consagrados autores helénicos, o nosso erudito acabaria por abrir novos horizontes para uma disciplina até então modestamente desenvolvida pelos povos localizados naquele território e nas suas periferias. 
A aceitação do seu pensamento perduraria por alguns séculos, visto que as suas concepções filosóficas inspiraram outros notáveis eruditos, sendo eles cristãos, muçulmanos ou judeus. As obras de Ibn Bâjja seriam, por exemplo, citadas por grandes eruditos tais como Ibn Tufayl, Averroes, Alberto Magno, Alexandre de Hales, Maimónides, Raimundo Lulio, etc.
Durante a sua vida, julga-se que Avempace também chegara a desempenhar o ofício de médico, cenário que o motivou a deter elevados conhecimentos sobre botânica. A medicina medieval irá essencialmente basear-se no conhecimento existente sobre as propriedades das plantas e ervas, tentando descortinar os benefícios que estas poderiam representar para o ser humano. Neste contexto, Avempace produziu, em colaboração com Abu-l-Hasan Sufyan al-Andalusi, o “Livro das Experiências” (infelizmente desaparecido) e compôs alguns tratados, demonstrando assim interesse pelas características curativas das plantas, as quais se assumiriam, na época, como verdadeiros medicamentos. Numa primeira parte da sua obra, teria procurado expor as características gerais do reino vegetal, enquanto que, numa parte posterior, tentou enunciar as diferenças essenciais e específicas que existem entre as plantas, propondo mesmo uma classificação das mesmas. Aqui deixou alguns exemplos concretos que enriqueceram os catálogos dos botânicos medievais, fossem eles latinos ou árabes.
Sabemos que Avempace teria ainda estudado os ensinamentos de Hipócrates e Galeno, estando igualmente atento aos trabalhos recentes de médicos ocidentais e orientais (tais como Ibn Wafid e al-Razi). Efectivamente, este erudito procurara ser um médico devidamente informado e actualizado, ministrando os tratamentos que julgava ser mais adequados aos seus pacientes na época em questão. 
Na área da astronomia, Avempace escreveu o tratado “Nubad jasira 'ala al-handasa wa-l-hay'a” ("Fragmentos simples sobre geometria e astronomia"), tendo efectuado com rigor uma análise crítica e detalhada à proposta cosmológica de Ptolomeu. Neste capítulo em concreto, o erudito de Saragoça propôs a elaboração de um sistema astronómico sem epiciclos mas com esferas excêntricas. 
No universo da Matemática, terá demonstrado algum interesse pelas noções geométricas. 
Por fim, Avempace demonstraria ainda dotes para o canto e poesia. A ele se atribui um tratado de música e a composição de algumas canções populares. Garcia Gómez, reconhecido investigador arabista, vai mais longe ao inferir que Ibn Bajja foi o criador do zéjel, estilo tradicional da própria poesia árabe que concernia na recitação de um dialecto coloquial, muitas vezes expresso num estribilho de dois versos.
Em jeito de balanço final, Avempace foi alvo das mais diversas opiniões: desde os elogios sem limite até aos maiores desprezos e insultos. Acusado de ser heterodoxo e invejado por médicos (como os Ibn Zuhr, dos quais já havíamos falado) e poetas, chegamos a uma conclusão – os homens afinal também se podem medir pela talha ou pelas credenciais dos seus inimigos, e neste caso em concreto, Avempace só poderia ter sido um pensador de elevado gabarito capaz de desencadear ódios em outras personalidades, também culturalmente bastante relevantes, no panorama do Al-Andalus. 



Afirmações presentes nas suas obras:


“A Sabedoria é o estado mais perfeito das formas espirituais humanas e não se trata de um estado qualquer senão da perfeição mais absoluta” 

“Todo o saber, como diz Aristóteles, é bom e belo. Apesar disso, alguns saberes são mais nobres do que outros… A ciência da alma supera o resto das ciências, físicas e matemáticas em todos os graus da nobreza. Aliás, toda a ciência precisa da ciência da alma, visto que não nos podemos deter nos princípios de uma ciência dada, sem que nos detenhamos antes na alma e a conheçamos com precisão”.

“O homem se não pensa, seus actos serão animais e não participará em absoluto da Humanidade mais que do feito de ser sujeito corporal cujo aspecto externo é de um homem”.

“Aquele que obedece a Deus e faz o que lhe agrada, ele lhe premiará com o Intelecto e colocará ante ele uma luz que o guie. E quem desobedecer a Deus e realizar actos que não o agradem, será privado do Intelecto e permanecerá nas trevas da ignorância”.

“Todo aquele que prefere a sua materialidade a qualquer coisa da sua espiritualidade não poderá alcançar o fim último. Portanto, não haverá um só homem material que seja feliz, enquanto que todo o homem feliz será espiritual”.

“Quando as formas alcançam o [fim] último, alcança-se aquela perfeição motriz, libertam-se de todo e se liberta aquele entendimento a que pertence esta ideia, alcançando algo totalmente imaterial e imóvel. Em nós aparece um entendimento que adquirimos mas que na sua mesma existência é intelecto e somente se faz intelecto em nós, quando chega a ser uma ideia perfeita”.





Imagem nº 4 - Avempace acreditava que o homem poderia estar inserido em três estados diferentes: o corpóreo, o da virtude e o intelectual. Na sua opinião, o conhecimento advinha do Intelecto Agente, fonte divina de toda a sabedoria, contudo para alcançar este derradeiro fim, era necessária a união total com Deus através de uma contemplação solitária e mística.
Retirada de: https://nambiquarablog.wordpress.com/avempace/





Imagem nº 5 - Enquanto médico, Avempace demonstrou grandes conhecimentos na área da botânica, estando assim a par das propriedades curativas das plantas.



Nota de rodapé [1]Outra teoria, embora menos veiculada (e talvez pouco credível), sugere que teria sido o próprio Ibn Tifilwit a prendê-lo em Saragoça, cedendo aos interesses de alguns detractores do filósofo que já ali residiam naquela cidade e que, na corte, haviam feito de tudo para conspirar contra ele. Contudo, esta derradeira versão do aprisionamento em Saragoça a mando do governador, como disséramos, parece não fazer muito sentido visto que está excluída dos principais registos biográficos sobre Avempace. É sim verosímil que tenha sido detido no âmbito da missão diplomática ao derradeiro governador da dinastia dos Banû Hûd - Abdemalik.



Referências Consultadas:


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