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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

10 Castelos Medievais de topo...


Neste artigo, apresentaremos 10 fortificações medievais que se destacaram pela sua história, imponência ou ainda pelo meio paisagístico onde estão integradas. A antiguidade reveste de glória estes espaços históricos, hoje merecedores dum intenso fluxo turístico.
Esta lista foi apurada, após uma pesquisa extensiva nos meios electrónicos, realizada nos últimos dias. É evidente que não se encontram aqui todos os grandes castelos medievais, mas este leque de fortalezas dignifica, sem dúvida, o legado medieval que afinal não pode ser desvalorizado pelos historiógrafos. 




1- KRAK DES CHEVALIERS
(Castelo Cruzado)


Trata-se dum imponente castelo situado numa inclinação geográfica que estaria integrada outrora no Estado Cruzado de Tripoli, condado cristão que vigorou entre 1102-1109 e 1289. Especula-se que anteriormente teria existido no seu lugar uma primitiva fortificação controlada por emires muçulmanos, antes da concretização da Primeira Cruzada (1095-1102). Em 1142, o castelo teria sido entregue aos hospitalários que assegurariam a sua defesa, manutenção e alargamento das suas dimensões. Nos seus tempos áureos, teria condições internas para albergar uma guarnição de 2000 soldados. Contava com algumas torres imponentes e duas linhas defensivas. Este castelo merece praticamente o epíteto de inexpugnável, pois resistira com sucesso aos duros assédios das poderosas tropas de Nur-ad-Din e Saladino. Apenas em 1271, a fortificação se renderia perante o implacável sultão mameluco Bairbairs e seu temível exército, mas este último resultado também se justifica pelo facto da guarnição de hospitalários se encontrar bastante reduzida, numa altura em que escasseavam os reforços vindos do Ocidente.
Este castelo hoje localiza-se a 65 km da cidade moderna de Homs na Síria.




Imagem nº 1 - O Krak des Chevaliers foi um castelo que pertenceu à Ordem do Hospital no tempo das Cruzadas e que vigorou nos séculos XII e XIII.




Imagem nº 2 - A paisagem envolvente ao Castelo que até se encontra bem preservado.
(Carregar em cima para visualizar melhor)




2- BODIAM CASTLE
(Castelo Inglês)



Localizado no sul de Inglaterra (East Sussex), o Bodiam Castle foi erguido em 1385, no âmbito da Guerra dos Cem Anos, com o intuito de proteger a Inglaterra dum potencial ataque ou invasão francesa. O principal mentor terá sido o cavaleiro Sir Edward Dalyngrigge, o qual obteve a permissão do rei Ricardo II. O castelo, de formato quadrangular, insere-se numa paisagem aquática artificial, contudo o mesmo nunca logrou as proezas militares doutros grandes castelos (como por exemplo, o anterior que abordamos), pois a memória não regista qualquer resistência desta fortaleza a um cerco medieval temível. É curioso constatar que esta estrutura não possuía grandes estruturas defensivas, mas a sua imponência representava um claro sinal de poder.



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Imagem nº 3 - Um pequeno largo artificial contorna castelo, o que poderia contribuir parcialmente para a sua defesa.
Retirado do Wikipédia, foto de Antony McCallum





Imagem nº 4 - Vista aérea sobre o Castelo de Bodiam
Retirada do Wikipédia, foto de Phil Laycock (geograph.org.uk)




3- CASTELO DE MALBORK
(Castelo teutónico, e depois polaco)



Fundado em 1406 (embora o início do seu longo processo de construção possa remontar ao século XIII)  pela Ordem dos Cavaleiros Teutónicos, o Castelo de Malbork é considerado Património Mundial da UNESCO, para além de usufruir do estatuto de maior edifício de tijolos (nomeadamente avermelhados) conhecido na Europa. A sua enorme área envolvente permitia albergar no seu interior habitações de criados, zonas de serviço, armazéns de armamento... 
A fortificação é banhada pelo rio Nogat e, através do seu posicionamento estratégico, controlava os navios mercantes que aí transitavam, onde o interesse pelo âmbar era bastante evidente. Além disso, é possível que tivesse constituído inicialmente um ponto de partida de expedições contra povos do leste europeu que ainda seguissem práticas pagãs.
Em 1410, o Castelo viveu o seu momento alto no plano militar, com as forças teutónicas, que haviam sido praticamente dizimadas na batalha recente de Grunwald pela coligação polaco-lituana, a resistirem agora a um duro cerco de dois meses, onde a fortaleza constituiu o alvo incessante dos canhões polacos. De acordo com alguns autores, a coragem exibida Heinrich von Plauen (que viria a ser grão-mestre da Ordem Teutónica), aliada à estrutura imponente do castelo, foram factores decisivos que evitaram o aniquilamento da Ordem dos Cavaleiros Teutónicos. 
Todavia, entre 1457-1466, o edifício acabaria por ingressar no domínio polaco, no decurso do reinado de Casimiro IV, e chegaria inclusive a ser uma das residências habitualmente usufruídas pelos soberanos polacos. No século XVIII cairia nas mãos dos soldados prussianos, mas hoje integra o património da Polónia.





Imagem nº 5 - O Castelo de Malbok é constituído por um número incontável de tijolos.
Retirada de: http://www.janpol.com/gdansk__a_city_embedded_in_amber__pt.php




4 - Eilean Donan Castle
(Castelo Escocês)



Situado na ilhota de Eilean Donan, o castelo situa-se num meio paisagístico singular e único a nível mundial. Embora o lugar tivesse sido habitado ainda no século VI, a verdade é que só no século XIII é que foi construído o castelo que, no futuro, seria alvo de algumas reedificações, o que terá deturpado o seu formato primitivo. A fortaleza simboliza o período da Escócia feudal, e encontra-se banhada pelo lago ou braço de mar - Loch Alsh.





Imagem nº 6 - O castelo escocês e o seu meio envolvente são motivos suficientes para atrair um grande fluxo turístico.
Retirada de: http://bul-mamma.com/po-darjavi/shotlandiya/





Imagem nº 7 - A conjugação de cores vividas permite a obtenção dum cenário paisagístico ideal.
Retirada de: http://scotlandluxurytours.com/?p=248




5 - CASTELO DE MARGAT
(Castelo cruzado)



O Castelo de Margat pertencia ao Principado Cristão de Antioquia (estado cruzado então fruto das vitórias da Primeira Cruzada), embora actualmente se localize nas proximidades da cidade portuária de Baniyas (Síria). Esta fortificação foi a segunda maior de sempre dos cruzados no Levante, em termos de tamanho e poder, apenas superada pela primeira da nossa lista - o Krak des Chevaliers, fortaleza também ela controlada pelos hospitalários. 
Nos inícios do século XII, o castelo de Margat, cujas origens exactas se desconhecem, teria sido conquistado por Tancredo, regente de Antioquia, que a fez incorporar no Principado. Até 1185, as defesas desta fortaleza foram reforçadas. Devido às elevadas despesas de manutenção, o castelo foi vendido à Ordem dos Hospitalários em 1186. Este instituto religioso-militar tratou de promover uma nova campanha de ampliação das fortificações, tornando-se a fortaleza na sede da Ordem na Síria. Foram concebidas 14 torres que a tornariam, cada vez mais, impenetrável.
Em 1188, e depois de ter abandonado o cerco malogrado sobre o Krak de Chevaliers, Saladino também ponderou avançar sobre Margat, mas de acordo com o cronista árabe Abu'l-Filda, ele terá reconhecido que Magat era praticamente inexpugnável, o que o dissuadiu de tentar sequer a conquista. Estes dois castelos que acabamos de citar foram das poucas fortificações que permaneceram nas mãos dos cristãos após as inúmeras conquistas de Saladino, motivado pela vitória estrondosa em Hattin (1187) em que dizimou o melhor exército cristão disponível na Terra Santa. Os hospitalários puderam assim manter o controlo sobre o espaço envolvente, e auferiram grandes lucros com os peregrinos e viajantes de passagem. No início do século XIII, realizaram-se aí sessões entre os membros da ordem na altura liderados pelo polémico grão-mestre da Ordem - D. Afonso de Portugal (filho ilegítimo de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal), o qual exerceu este prestigiado cargo entre 1202 e 1206. 
Entre 1269-1270, o castelo resistiu a um assalto promovido pelo sultão Baibars. Em 1281, a façanha da guarnição foi maior quando um exército de 7 000 muçulmanos procurou apoderar-se da fortaleza, quando os hospitalários contavam apenas com poucas centenas de efectivos, mas após uma surtida, os muçulmanos optaram pela retirada. Todavia, em 1285 a guarnição rende-se diante do sultão mameluco Qalawun. A partir daí, Margat (ou Marqab para os muçulmanos) tornou-se sede do distrito homónimo da província mameluca de Tripoli e a sua manutenção foi financiada pelo sultão. Mantiveram-se as torres de vigia e postos de observação.
O Castelo situava-se em cima dum afloramento rochoso, e do alto das suas muralhas, avistava-se ainda o Mar Mediterrâneo.





Imagem nº  8 - O Castelo de Margat, outrora sede da Ordem dos Hospitalários na Síria.
Retirada de: https://www.flickr.com/photos/oubai-hunter/4410826963/, (foto da autoria de Oubai Shaban)




6- SPIS CASTLE
(Castelo Húngaro, depois Eslovaco)



Erguida no século XII, esta fortificação integrada na altura no reino húngaro, teria como objectivo conter as constantes depredações dos mongóis no leste e centro da Europa. Situada em cima dum monte, é considerada uma das maiores fortalezas da região central europeia. Em 1241, é um dos poucos castelos que consegue resistir a um ataque devastador e implacável dos tártaros.
Este castelo românico de pedra contava ainda com dois palácios e três basílicas, além duma imponente muralha exterior. Acrescentou-se ainda uma capela gótica nos finais do século XV, além doutras reformulações essenciais na fortaleza.
Apenas em 1945, passaria para as mãos da Checoslováquia, e depois, para a Eslováquia.





Imagem nº 9 - O Castelo que impôs respeito aos temíveis mongóis.
Retirada de: http://emergefilmsolutions.com/ghostly-film-location-spis-castle-ruins-slovakia




7 - Lichtenstein Castle
(Castelo Germânico)


Esta fortaleza domina a paisagem do vale de Echaz, nas proximidades de Baden-Württemberg. A sua longa história terá começado por volta de 1200. Devido a dois conflitos internos no Império Germânico, o castelo ficou em ruínas. Foi reconstruído, no século XIX, através da visão de  Wilhelm I, duque de Urach, conde de Württemberg, o qual era ainda coleccionador de armas históricas e obras de arte (quadros). O projecto (que se traduziu num estilo neo-gótico) foi da autoria do arquitecto Carl Alexander Heideloff.





Imagem nº 10 - O Castelo Lichtenstein domina o vale de Echaz.
Retirada de: http://max.distractify.com/people/amazing/castles/?v=1





Imagem nº 11 - A fortaleza foi reconstruída no século XIX.
Retirada de Wikipédia (foto da autoria de Christian Bobadilla)




8 - DUNNOTTAR CASTLE
(Castelo escocês)



Erguida no topo duma falésia ou penhasco junto ao Mar do Norte, esta estrutura remonta aos séculos XIII-XIV, embora seja possível a existência duma fortificação anterior. O castelo terá merecido a visita ou breve passagem de várias personalidades conceituadas da história, nomeadamente William Wallace, Maria, rainha dos escoceses e o futuro rei de Inglaterra - Carlos II. No período medieval, era um ponto de referência na resistência aos ataques dos inimigos vikings e ingleses. A fortaleza ficou ainda conhecida por ter resistido em 1651, com evidente sucesso, a um assédio de 8 meses por parte das forças de Cromwell, salvando assim as jóias e a honra da coroa escocesa.




Imagem nº 12- No cimo duma respeitável falésia, o Castelo de Dunnottar usufrui duma clara altivez.
Retirada de: http://www.minube.pt/fotos/sitio-preferido/98587/6043811, (foto Jéssica Infante).




9 - CASTELO DE ALMOUROL
(Castelo Português)



O castelo foi construído (ou refundado) em 1171 a mando do Mestre da Ordem do Templo em Portugal - D. Gualdim Pais, um dos cavaleiros portugueses mais notáveis da era medieval, herói na mítica Batalha de Ourique (1139) e que faria posteriormente o seu voto de cruzada, rumando à Terra Santa, onde participaria no cerco e consequente conquista da praça muçulmana de Ascalona (1153), campanha dirigida por Balduíno III, rei de Jerusalém, que apoderava-se agora duma cidade portuária estratégica, não obstante o número elevado de baixas registadas no destacamento templário (inclusive o grão-mestre da Ordem do Templo - Bernard de Tremelay havia tombado em combate). Mário Barroca defende a tese (também por nós partilhada) de que este conceituado templário português terá visitado muitas das fortificações da Palestina durante a sua aventura (que perdurou entre 1151/1152-1156/1157), inspirando-se em vários detalhes e transportando alguns modelos que desejou aplicar no reino de Portugal (por exemplo: parece ter sido o caso do alambor no Castelo de Tomar).
O castelo de Almourol situa-se numa ilhota do Tejo (pertence ao concelho de Vila Nova da Barquinha), e durante séculos, controlou o comércio de vários produtos, nomeadamente azeite, trigo, carne de porco, frutas e madeira, que eram assim cambiados entre várias localidades daquela região. Inicialmente, pertencente à Ordem dos Templários, foi depois transmitido, com a extinção daquela, à Ordem de Cristo, já no reinado de D. Dinis (1279-1325). A fortificação, com planta quadrangular, contava com muralhas, torres adossadas e uma torre de menagem que alcançaria um maior destaque.





Imagem nº 13 - O Castelo de Almourol enquadra-se no âmbito da Reconquista Portuguesa.
Retirada de: http://lisbonsecrets.com/pt/lisbon-tours/tour-templario/




10 - CASTILLO DE TABERNAS
(Castelo árabe do al-Andalus, reino de Granada)




Construído na província de Almería no século XI, sob dominação muçulmana, este castelo também se ergue no cimo duma colina. Foi um dos principais castelos do reino mourisco de Granada. A praça de Almeria e o Castelo de Tabernas só se renderiam aos cristãos no ano de 1489, e três anos depois o reino de Granada também acabaria por ser conquistado integralmente pelos reis católicos de Espanha (Isabel de Castela e Fernando de Aragão).





Imagem nº 14 - O Castelo muçulmano de Tabernas.
Retirada de: http://www.spainonline.com/es/visorfoto.asp?IdFoto=4258&IdPoblacion=83&IdContenido=2544


Referências Consultadas:

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